
Acabadinha de chegar ao estaminé, deparo-me com o quadro de cortiça, o qual curiosamente fica mesmo em frente do lugar onde me costumo sentar, cheio de folhas A4, com uns rabiscos mal amanhados feitos a caneta azul e a marcador fluorescente amarelo.
Pensei: “ Bem, esta malta não devia ter nada para fazer, resolveram ser criativos e dar cabo do economato!” obviamente que a pergunta adequada seria: “Quem foi que andou a desenhar esta m…?” Ainda bem que reformulei a frase para algo mais politicamente correcto: “Desenhos interessantes, quem foi o artista?” “Ah, isso foi o filho do chefe que esteve aí ao final da tarde e fez os desenhos.” Responde-me uma das minhas colegas.
Compreendo que a malta goste muito das suas criancinhas, eu também se tivesse uma provavelmente gostaria dela, nada mais natural que assim seja, mas não é por eu achar que os desenhos do meu rebento são a coisa mais linda do mundo que obrigue toda a gente a olhar para eles! O que para uns é um desenho amoroso para outros é uma forma de poluição visual.
Não me importaria nada que o meu querido chefe forrasse o seu gabinete, de alto a baixo e o tecto inclusive, com os desenhos do seu menino e que deixasse o quadro de cortiça para os gráficos e outras coisas que efectivamente importam num contexto laboral. O mais estranho é que no gabinete do chefe não se encontra um único desenhinho do seu adorado filho, nem sequer uma foto do mesmo, por isso fiquei na dúvida se efectivamente foi o orgulho de pai babado, que levou a que os rabiscos fossem parar ao quadro, ou se esta atitude terá sido uma forma de tortura disfarçada. Que acham?
Compreendo que a malta goste muito das suas criancinhas, eu também se tivesse uma provavelmente gostaria dela, nada mais natural que assim seja, mas não é por eu achar que os desenhos do meu rebento são a coisa mais linda do mundo que obrigue toda a gente a olhar para eles! O que para uns é um desenho amoroso para outros é uma forma de poluição visual.
Não me importaria nada que o meu querido chefe forrasse o seu gabinete, de alto a baixo e o tecto inclusive, com os desenhos do seu menino e que deixasse o quadro de cortiça para os gráficos e outras coisas que efectivamente importam num contexto laboral. O mais estranho é que no gabinete do chefe não se encontra um único desenhinho do seu adorado filho, nem sequer uma foto do mesmo, por isso fiquei na dúvida se efectivamente foi o orgulho de pai babado, que levou a que os rabiscos fossem parar ao quadro, ou se esta atitude terá sido uma forma de tortura disfarçada. Que acham?
6 comentários:
Menina, eu acho que amor de pai não tem auto-critica, mas conhecendo bem o espirito sádico dos chefes, deve ter sido alguma especie de vingança.
Esse desenhos rupestres também pululam por aqui. E não é só em quadros de cortiça. É em armários e paredes também. Todos os que tenham um rebento, há-de haver um belo dia em que somos presenteados com uma nova decoração no escritório.
- "Aquilo é uma cobra?! Está a engolir um pinto?!"
- "Acho que não, porque tem pernas"
- "Não é, não vês que tem uma cabeça em cada lado."
- "Aquela outra coisa não é uma cabeça. Ele está mas é a cagar"
- "Haaaaa!"
E são coisas bonitas como este exemplo que decoram as paredes por aqui...
Eu acho que foi ideia de algum dos tais lambe-botas, assim mais esparvoados ou... "sensíveis".
Jorginho da Hora:
Exactamente o que eu penso os pais adoram tudo o que os filhos fazem, mas neste caso foi isso misturado com um pouco de sadismo.
Rui:
Só espero que os desenhos fiquem pelo quadro e deixem o resto do escritório em paz. Podiam decorar as paredes com uns quadros decentes, sempre era mais inspirador.
Viriatofcastro:
Se calhar oa lambe-botas estão com o relógio biológico aos pulos...
Cá para mim esses desenhos são uma espécie de testes de Rorschard, implementados pelos respectivos departamentos de recursos humanos e destinados a avaliarem a vossa personalidade.
Mariana:
Nunca se sabe o que os malvados dos recursos humanos andam a tramar.
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